


Nunca pensamos como nossos atos podem afetar a vida de uma pessoa
Talita Camozze
Estudante de Jornalismo
Mais um dia começou e a sensação de encarar o mundo com um sorriso estava cada vez mais difícil. No começo era uma pessoa animada, determinada, persistente. Não deixava nada, nem ninguém interferir nos seus planos. Mas teve aquele dia que ficou marcado na sua vida, o dia que ela encarou a verdade e viu o que realmente era a vida real. O dia em que ela acordou e mudou totalmente sua vida. Pior deixou aquilo mudar quem ela era.
Um dia essa pessoa estava tão mal, que ninguém ligava, ninguém notava, ou simplesmente dizia que era apenas “drama”. Porém, o que ninguém sabia é o por que ela estava assim. Ninguém chegou até ela e perguntou:
- Você está bem?
Ela não estava em um de seus melhores dias. Todos temos esses dias, mas nunca conseguimos enxergar o lado dos outros também, não é? Ou talvez só não queremos nos intrometer. Pensamos: “ela quer ou precisa ficar sozinha”. E esse é o nosso erro, esse é o pior momento de alguém ficar sozinha.
Ninguém viu o que estava atrás daquela máscara; Até que ela caiu
Sabe esse dia que ela não estava bem? Pois então, bem nesse dia seus colegas vieram conversar com ela, mas não para saber como estava, e sim para falar o quanto desligada do mundo ela estava. Se estava mesmo se importando com alguma coisa ainda. Se não estava nem aí para nada, ela devia parar de atrasar os outros. Essas palavras, para ela, foram uma tortura. Talvez ela precisa-se ouvir isso, mas não naquele momento. Porém, isso acontece, ás vezes não vemos se os outros estão bem e acabamos dizendo coisas sem pensar ou achando que dizendo aquilo estamos ajudando.
Aquela realmente não era a hora de ela ouvir isso. Ninguém sabia, mas por trás daquele sorriso, daquela pessoa animada e “imbatível”, existia uma pessoa frágil e sensível.
Lembra? Ninguém se importou de saber o que ela tinha. Ninguém viu o que estava atrás daquela máscara. Até que ela caiu. Mas já era tarde demais.
Naquela noite ela já não aguentava as feridas. Já não tinha mais como esconder os cortes. O seu pedido de ajuda ninguém mais iria escutar. Era hora de dizer adeus. E eu? Sou apenas uma pessoa que assistiu a tudo isso e não conseguiu impedir ou simplesmente ajudar. Desculpe não ter ouvido o seu grito de socorro.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.