


Ao analisar as pessoas, ninguém é exemplo e nem tem todas as respostas
Isabelli Raiacovitch
Estudante de Jornalismo
Quando se é criança, a vida é linda e cor de rosa. Brincadeiras, ingenuidade, dormir até o meio da tarde, comer nas horas certas, ir para escola, aprender a socializar, adquirir conhecimento e crescer, sem o mínimo de preocupação de como os humanos maiores vivem.
Os pontos são jogados na nossa cara e espalhados por todos os cantos. Devemos ter agilidade e inteligência sobre-humana para ligar esses malditos pontos. Não temos muito tempo para brincadeiras – produza! -, ingenuidade – nem sei o que é mais (foi embora junto com minha dignidade). Dormir no meio da tarde? Não durmo nem à noite – dormir à tarde… Ha-ha-há. Comer? Só na hora que dá tempo (e a comida mais rápida e prática). A socialização se mistura com o estresse do dia a dia (tradução: a paciência nem sempre está presente) e de repente, quando se dá conta, você é um humano maior e desesperado. Ninguém nunca te falou ou te preparou para a vida. Quando chega à idade adulta, você percebe que todas as pessoas em que se espelhava e achava que as vidas eram tão maravilhosas quanto a sua, também não têm respostas. Eles erram, surtam, nem sempre são sensatos e constroem os próprios buracos para se afundarem. Mas você não sabia disso. Quando você se depara com qualquer problema grande, a sua vontade é sair correndo, chorando para o colo da mãe. Você dá de cara com uma pessoa completamente humana, que não consegue lidar nem com os próprios problemas. Vocês se abraçam e choram, porque nenhuma das duas conseguiu ligar os pontos. Desse modo, quero deixar um grande recado a todos os adultos: sejam sinceros com suas crianças. Não deixem que elas conheçam as dores da vida sem estarem preparadas. Se assim fizerem, elas aprenderão a didática da coragem e não a didática do “cada dia uma surpresa e uma frustração”. Um beijo a todos que sofreram pela construção adulta. E meus pêsames para as crianças que brincam felizes, pois os pontos que estão aí para serem ligados formam o desafio mais honesto e assustador de todos. |
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.