


Em vez de aproveitar o espaço do jornal, alunos fazem críticas vagas
Giulia Cordeiro
Estudante de Jornalismo
Ao passar os olhos pelos últimos ombudsman feitos no Jornal Matéria Prima, percebe-se que os temas trazidos pelos aspirantes a jornalistas muitas vezes são repetitivos e vagos. Tão repetitivos que até a imagem usada em ambos os textos é praticamente a mesma. Não há de fato uma análise bem construída em cima dos assuntos abordados no jornal e as críticas carecem de objetividade. O que mais se percebe, é o famoso “encher linguiça”.
Podemos perceber tudo isso ao comparar os últimos dois textos da edição 479º deste mesmo gênero jornalísticos. Os dois autores passam a impressão de estarem ali meramente para completar desesperadamente todas as 30 linhas que são o mínimo desejado para se obter a nota integral na disciplina de Técnicas de Reportagem e Entrevista I.
O que mais se percebe, é o famoso encher linguiça.
Ao fazer esta crítica, também me faz pensar em uma analogia ao atual mercado de trabalho jornalístico e a lógica por traz dele que, muitas vezes, devido a corrida capitalista, condiciona os profissionais à fazerem um trabalho fraco, de baixa qualidade jornalística e quase que sucatearem a própria profissão.
Fica aqui mais uma excelente oportunidade para que esta nova geração de jornalistas desenvolva maior senso crítico para pensarem novas estratégias para se reinventarem mercado, criando novas formas de fazer jornalismo, novas críticas a serem feitas ao ponto de mudarem a lógica atual do mercado para a valorização da profissão.
Estudantes de jornalismo repetem até mesmo as imagens destacadas em sua coluna. (Imagem/ Reprodução)
Em vez de os alunos aproveitarem a oportunidade, o espaço e a visibilidade deste jornal, eles se contentam com o mero cumprimento de chegar as 30 linhas do texto, sem se preocuparem em pensar este espaço, em como aproveitá-lo para que se desenvolvam profissionalmente, já pensando em uma nova forma de estruturação desta profissão, novas formas de fazer jornalismo, pensando em críticas de fato construtivas para o jornal, mais objetivas e melhor analisadas.
Além disso, algumas partes dos textos trazem teores mais literários ao invés de meramente analíticos e críticos. Ao fazer isto, os jornalistas podem acabar desviando os leitores do real objetivo deste gênero jornalístico (ombudsman), que é trazer críticas construtivas sempre com o objetivo de melhorar a qualidade do trabalho.
Inconstantemente intensa, espirituosamente inteligente, determinadamente explosiva.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.