


Prisão de ex-presidente Lula deixa a corrida presidencial desordenada
Matheus Alves
Estudante de Jornalismo
As eleições começam no dia 7 de outubro, mas a corrida presidencial de 2018 teve a largada dada no momento em que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi deposta do cargo por irregularidades fiscais no governo. O cenário eleitoral conta até o momento com 19 postulantes à presidência do Brasil, após os grandes escândalos políticos que ocorreram no país. O cenário é tão abrangente que partidos que há 29 anos não tinham um candidato próprio na corrida presidencial decidiram tentar concorrer.
O ex-presidente Lula (PT) encabeça a concorrência, segundo pesquisa do Datafolha divulgada no domingo (15), com 31% dos votos. Contudo, a prisão de Lula tem deixado o cenário ainda mais caótico do que já se apresentava. O Partido dos Trabalhadores decidiu manter Lula como candidato a candidato mesmo após a prisão dele.
O PT decidiu manter Lula como candidato a candidato mesmo após a prisão dele
O especialista Leonardo Avritzer, professor de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em entrevista para o Jornal Nexo indagou se Lula conseguiria utilizar o processo de transferência de votos para outro candidato de dentro da prisão caso tenha os planos pessoais frustrados.
A mídia afirma ainda que existem conversas dentro do PT que citam nomes como Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo que já deu declarações contrárias a Lula, dificultando o apoio em uma possível transferência de votos. Citam também nomes como Jaques Wagner, ex-governador da Bahia.
O cenário da corrida presidencial permanece tão instável que as pesquisas não estão conseguindo articular a quantidade de dados para cada possível cenário. Mesmo que Lula não possa concorrer existem partidos de esquerda coligados ao PT ou que detêm simpatia por Lula e podem receber o apoio do ex-presidente. Entre eles, podemos citar a candidata Manuela d’Ávila pelo partido Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o candidato Guilherme Boulos que irá representar o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que estiveram junto com Lula nas últimas 48 horas de liberdade.
Contudo os eleitores de Lula tendem a se dividir entre os de vertente de esquerda, que irão votar em quem o PT apoiar. Existem ainda as pessoas que veem em Lula a melhor opção para o país. A partir dessa visão candidatos de centro-esquerda, Marina Silva, do Partido Rede, e de vertentes de esquerdas não relacionadas ao PT, como Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), começam a articular para conquistar esses votos.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.