


Feirante há mais de 30 anos, a produtora sabe como encantar visitantes
Edição Especial
Projeto Integrador 2017
Norma Watanabe Sasaki, 51, é descendente de japoneses e vende muito mais do que legumes, verduras e miniprocessados na Feira do Produtor de Maringá. Ela também oferece aos clientes a simpatia, o bom humor e, principalmente, a lábia de uma boa feirante. Norma conhece bem o segredo das vendas e já está no ramo há mais de 30 anos.
A feirante nasceu em Cianorte (distante quase 80 km), mas mudou-se para Maringá quando tinha 8 anos. A feira ajudou Norma até no casamento. Ela lembra que conheceu o marido em uma festa aos 18 anos por causa de um amigo feirante que os dois tinham em comum.
Quando se casou, Norma começou a trabalhar na feira porque era tradição da família do marido. A família Sasaki está há mais de 50 anos no ramo. “Já estamos na quarta geração. Era do meu sogro, está com meu marido e agora está também com meu genro”, explica a feirante, que ainda é a dona da barraca, mas pretende passar o posto para o genro e a filha e realizar o sonho de conhecer o Japão.
Quando o assunto é sobre o que ela mais gosta de fazer nos momentos em que não está na barraca, Norma é enfática e diz que gosta de ficar com a neta de sete meses. Ela também realiza trabalhos manuais, como bordado. “Mas só para lazer”, garante.
A feirante destaca que nesses 30 anos a Feira do Produtor mudou bastante, principalmente o freguês. “Hoje não vendo para quem tem dinheiro. Hoje vendo para as trabalhadoras. Para aquelas que trabalham e querem chegar em casa e fazer uma janta rápida”, afirma.
Tudo que a gente tem hoje é graças à feira. E queremos que ela sempre melhore
Entre as 3 mil e 5 mil pessoas que passam diariamente pela Feira do Produtor, Norma garante que já fez muitos amigos. “Tem cliente que vinha pequeninho e hoje traz o filho para a feira e me chama pelo nome. Já fui até em casamento de cliente”, conta ela.
Norma diz que nunca pensou em ser algo além de feirante. “A gente tem um carinho especial. Tudo que a gente tem hoje é graças à feira. E queremos que ela sempre melhore.”
Porém a feirante afirma que os governantes não incentivam o produtor rural, o que pode levar à redução no número de agricultores e tornar as verduras mais caras. “A gente tem a chácara e eles [governantes] estão tentando implantar o IPTU progressivo. O produtor não tem com como pagar plantando alface, salsinha e cebolinha”, salienta ela.
A feirante na chácara onde cultiva as verduras e legumes
(Imagem/Mariana Belleze)
Produzido pelos estudantes Mariana Belleze e Murillo Saldanha, na disciplina Narrativas Jornalísticas
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.