


O Pluralidades (Em) Cena tem como foco a vivência e criação em grupo
Eduardo Domingos
Estudante de Jornalismo
Processo criativo durante as aulas realizadas na oficina
Imagem – Foto Reprodução (Instagram / Pluralidades (Em) Cena)
Com a finalidade de proporcionar acessibilidade por meio da iniciação ao teatro, a oficina Pluralidades (Em) Cena, projeto de extensão da Universidade Estadual de Maringá (UEM), possibilita a interação de pessoas com ou sem deficiência em aulas de iniciação teatral. Começado em abril deste ano, a oficina tem como foco a vivência e criação em grupo. O projeto surgiu com o conceito de mostrar a representatividade do indivíduo com deficiência e desmistificar a ideia de limitação que, muitas vezes, o envolve. As aulas ocorrem todas às quartas na sala de rítmica e dança, no Departamento de Educação Física.
Essa iniciativa é importante para cada vez mais ampliarmos este campo para outros projetos
Anyelle Caroline Cordeiro, 23, formada em Artes Cênicas, é professora e responsável pelo projeto. Ela conta que a intenção da oficina não é mostrar um mero trabalho que tenha pessoas com deficiência, e sim quais são as capacidades que elas podem desenvolver, independentemente da condição. Segundo ela, a questão da representatividade no meio artístico é muito significativo para esse público. “Essa iniciativa é importante para a sociedade ver que tem esse pessoal e cada vez mais ampliarmos esse campo para outros projetos de extensão, oficinas, espaços, onde for.” Ela diz que, entre os indivíduos com deficiência que já participaram das aulas criativas, houve acompanhamento familiar e, a partir daí, foi possível notar melhoria no relacionamento interpessoal do aluno.
O trabalho, realizado por Anyelle, é fruto de colaboração com o professor Décio Roberto Calegari, 51, coordenador do Projeto de Atividade Física Adaptada à Pessoa com Deficiência (Proafa). Ele conta que a ideia do projeto foi montada por Anyelle e ele a orientou. Juntos, os dois deram início à proposta executada na oficina. Ele relata que também colaborou ao indicar integrantes para iniciação das atividades. “Ela era minha aluna de Artes Cênicas e eu disponibilizei nossos paratletas para fazerem parte”, complementa.
João Paulo Marques, 18, estudante de Educação Física da UEM, participa regularmente das aulas. Ele não tem deficiência, mas se interessou bastante pelo projeto. Marques conta que entrou para a oficina por acaso. “Passei em frente à sala e vi os professores em atividade. Eles me explicaram sobre o projeto, me interessei, aí me convidaram para uma aula experimental”, relata. Ele diz que, a dinâmica das aulas proporciona o autoconhecimento do praticante. Contribuindo no entendimento das particularidades do indivíduo e os fatores relacionados à existência humana.
Além de Marques, a mãe de um dos alunos, que não têm deficiência, também participa das aulas. Ao todo, a oficina alcançou seis participantes. Para Anyelle, o baixo número se deve a questões relacionadas à baixa divulgação, disponibilidade de horários e de locomoção.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.