


Lucimar Valdevino inspira-se na Bíblia e cria projeto Mulheres Libertas
Laís Rocha
Estudante de Jornalismo
Lucimar Valdevino, 43 anos, casada, mãe de três filhas e dona de casa, desenvolveu há sete anos o projeto Mulheres Libertas. O objetivo é ajudar mulheres que estão vivendo momentos depressivos e de crises emocionais. Lucimar Valdevino nasceu em Maringá e é moradora do bairro Santa Rosa, região sul. Ela cedeu a própria residência para o grupo de mulheres fazerem as reuniões com a ajuda de especialistas como psicólogos.
Com o passar do tempo, o grupo que começou com apenas cinco mulheres, hoje atende mais de 30. A casa de Lucimar ficou pequena para tanta gente. Por conta disso, ela e as amigas colaboradoras do projeto Mulheres Libertas, tiveram que alugar um espaço maior, no bairro em que moram, para então receber todas as mulheres que participam dos encontros semanalmente.
Em entrevista concedida ao Jornal Matéria Prima, Lucimar Valdevino conta como funciona o projeto.
Hoje você é responsável pelo projeto que, ao longo de sete anos, trouxe resultados na vida de muitas mulheres. Você, em algum momento passou por dificuldades emocionais ou crises depressivas, iguais às dessas mulheres?
Sim. Algum tempo atrás já havia passado por situações semelhantes, mas nunca me deixei enfraquecer ou abater por situações que me colocariam para baixo. Procurei a ajuda necessária e ergui a cabeça, pois vi dentro de mim uma mulher forte e guerreira. Despertou em meu coração a vontade de ajudar mulheres que passam por situações difíceis e que até mesmo pensam em parar. Hoje, testemunho a elas o que vivi e as encorajo a serem capazes de ajudar e aconselhar também outras mulheres.
Você teve a ajuda de alguém que te incentivasse e dissesse que estava fazendo o certo?
Tive um grande incentivo das minhas amigas e vizinhas. Elas foram peças chave para que tudo isso acontecesse e desse certo. Desde o começo incentivaram e ajudaram a fazer com que o Mulheres Libertas desse prosseguimento a cada semana. Até mesmo algumas vizinhas estavam passando por crises emocionais muito fortes e resolvemos nos unir e fazer acontecer.”
É nisso que eu acredito, que cada mulher tem o seu valor, e é isso que eu sempre irei passar
O debate e a conversa são fundamentais nas reuniões realizadas semanalmente pelo grupo. A ajuda de especialistas, como psicólogas, também é muito importante. Quais os assuntos abordados nas reuniões?
Funciona assim: A cada reunião selecionamos um tema a ser abordado. Os temas que mais abordamos foram ansiedade, medo, depressão, obesidade, alimentação, entre outros, que vão se encontrando para trazer os valores que a mulher precisa resgatar no seu interior.
Você disse que o objetivo é ajudar mulheres a terem a cabeça levantada e a saírem da situação em que vivem, como a depressão. Poderia citar para os leitores do Jornal Matéria Prima o principal fundamento tratado no projeto Mulheres Libertas?
Eu gosto muito de um verso que é bíblico e esta em Provérbios, capítulo 23, versículo 7 que diz: “Assim como você pensa na sua alma, assim você é.” A Bíblia é um livro, um manual para a nossa vida, que podemos usar para tudo. É dentro desse tema que a gente vai trabalhando a questão dos valores, como você imagina quem é, o que você pensa de você é o que vai ser. O nosso papel é conscientizar as pessoas, da grande importância de mudar os pensamentos em relação a si mesmas, com relação ao outro, o próximo e até mesmo em relação a Deus. Nós não somos independentes completamente, nós temos um Deus e é Dele que dependemos. É nisso que eu acredito, que cada mulher tem o seu valor, e é isso que eu sempre irei passar.
Passaram muitas mulheres pelo projeto. Você poderia citar a história de alguma mulher que teve a vida transformada por meio da ajuda oferecida?
Nesses sete anos, muitas histórias foram mudadas. Tem uma mulher que frequentou o grupo e através da vida dela, a família se renovou por completo. O marido dela foi para igreja e hoje os dois estão juntos e firmes, servindo a Deus. As mudanças na vida dela foram as que saíram de dentro dela, como atitudes, pensamentos. Ela foi restaurada na questão do perdão, pois era uma pessoa que não conseguia perdoar as situações. Ela é casada com um homem viúvo e que tem filhos do outro casamento, e ela não conseguia perdoar uma das filhas do marido. Há pouco tempo, ela testemunhou para mim, falando que através do projeto, ela aprendeu a pensar diferente e a ser uma nova mulher. A partir daí, tudo mudou dentro da casa dela, no relacionamento. Foi algo que começou com uma iniciativa dela e hoje ela colhe os frutos gerados pela decisão de frequentar o projeto.
Você não mede esforços para ajudar as mulheres. Você consegue auxiliar o projeto e ter tempo para família?
Eu tento manter equilíbrio, porque, além de tudo, a família é que dá uma base, auxílio e ajuda. Tenho um bom relacionamento com meu marido e filhas. Quando preciso resolver alguns imprevistos, eles me compreendem e até me ajudam.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.