


A responsável pelo hip hop, desde 2015, é a ONG Preto no Branco
Weverton Klein
Estudante de Jornalismo
Com o objetivo de promover a cultura hip hop e urbana em Maringá, a organização não governamental Preto no Branco realiza eventos em praças da cidade desde 2015. O mecânico industrial José Augusto Ramos, 38, um dos idealizadores do projeto, já organizava festivais em espaços públicos desde 2002 com o apoio de alguns colaboradores. Ramos conta que depois de um tempo algumas parcerias foram perdidas e, mesmo com dificuldades, ele continuou realizando sozinho os eventos na cidade por quase dois anos. Foi então que surgiram pessoas dispostas a ajudar e a partir daí, surgiu a Preto no Branco.
O grupo, que tem a intenção de se profissionalizar e virar uma produtora de eventos, tem como principal evento o Domingueira Hip Hop, que tem 13 edições realizadas em três anos e contém atrações como batalhas de Break e de Freestyle. Segundo os organizadores, aproximadamente mil pessoas circulam pelo local do evento. O grupo ainda tem outros projetos paralelos na cidade, como “Hip Hop rompendo barreiras”, que é realizado em casas de recuperação e o “Hip Hop na Facul”, que conta com palestras dirigida à universitários sobre a origem e a importância do Hip Hop, além de abordar a importância em trabalhar a cultura urbana nos colégios e faculdades.
Se chega uma dupla sertaneja e pede patrocínio, eles já veem com outros olhos
Entre as principais dificuldades encontradas pelo grupo, Ramos conta que por se tratar de uma região tradicional, a cultura urbana não é bem vista na cidade e por isso é difícil conseguir patrocinadores para arcar com as despesas dos eventos. “Se chega uma dupla sertaneja e pede patrocínio, eles já veem com outros olhos. Mas a gente está tentando profissionalizar e capacitar a molecada, pois assim seremos respeitados como profissionais”, complementa.
Para a estudante Milena Rodrigues, 17, frequentadora do Domingueira Hip Hop, do Conjunto Bertioga, região leste de Maringá, a Preto no Branco consegue dar visibilidade à cultura urbana e ajuda no combate à marginalização do movimento. “O Hip Hop é arte”, completa.
Outra dificuldade encontrada pelo grupo é a burocracia para conseguir auxílio do governo. “Para pegar auxílio de lei demora em torno de um ano, um ano e meio. E nesse período a gente não pode ficar parado”, conta. Ramos complementa que para a realização dos eventos, gasta-se em torno de R$ 2.000, entre taxas e outras despesas. “Não existe praça pública em Maringá. Pelo menos não para nós do Hip Hop. É tudo pago”, finaliza.
Segundo Fernando Marquioto, do setor de Fiscalização Geral da Prefeitura de Maringá, a taxa paga para se realizar eventos em praças públicas refere-se à de licença para ocupação do solo nas vias e logradouros públicos presente no artigo 120, da lei 677/2007.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.