


Em um dos países mais fechados do mundo, ter sorte é ser estrangeiro
Eduardo Domingos
Estudante de Jornalismo
Contradição entre a fome e a divulgação bélica do governo
(Montagem sobre imagem/Pixabay)
A rotineira democracia vivida no Ocidente, na qual os cidadãos têm o direito à livre circulação e o acesso à informação das mais variadas fontes, faz parecer inimaginável a existência em sociedade sem tais garantias. Inimaginável até tomarmos ciência de que Kim Jong-un, Líder Supremo da Coreia do Norte e “carinhosamente” apelidado de ‘homem-foguete’ pelo presidente norte-americano, Donald Trump, faz o uso do terror e alienação para ordenar a população e se manter no poder.
Enquanto as sucessíveis ameaças balísticas direcionadas aos inimigos e, em especial, à vizinha Coreia do Sul causam tensões diplomáticas com o restante do mundo, os norte-coreanos vivem fechados ao exterior, tendo acesso restrito à internet e nem sequer podem sair do país sem uma autorização especial do governo. Ligar a TV, não deve ser uma das melhores coisas a se fazer, já que as poucas emissoras estatais, podem a qualquer momento transmitir os testes de bomba, por intermédio de uma simpática apresentadora de vestimentas cor-de-rosa.
O governo não quer que o mundo saiba o quanto padecem os moradores daquele país
Paradoxalmente à silhueta de Kim Jong-un, que certamente exagera nos quitutes do fim de semana, grande parte da população daquele país vive na extrema pobreza, em moradias precárias e com poucos recursos para comprar alimentos, muitos, inclusive, não hesitam em pedir dinheiro para os turistas que se aventuram a passar as férias por lá. E por falar em turistas, as famosas fotografias para ilustrar o álbum de viagens não são bem-vindas na Coreia do Norte, pois o governo não quer que o mundo saiba o quanto padecem os moradores daquele país.
Pois é, caro leitor, por mais bizarro que possa parecer a vida na Coreia do Norte, saiba que eles acreditam na existência do famoso e encantador unicórnio, cavalo mitológico com chifre na testa. Tal peripécia foi comprovada pelo Instituto de História da Academia de Ciências Sociais da Coreia do Norte. E isso não é tudo. No dia 8 de julho é terminantemente proibido dar risadas em público, pois a data marca a morte de Kim Il-sung, fundador do país e avô de Kim Jong-un, portanto um dia triste e de luto nacional. Mas cá entre nós, não é necessário um dia específico para proibir o que aos olhos do Ocidente seja difícil fazer por lá, ter motivos para dar uma boa e alta gargalhada.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.