


Pedro Matuhashi, 77, sempre se mudou por conta do trabalho; hoje, aposentado, diz que a cidade é um bom lugar para se morar
Ellen Caroline Corrêa
Estudante de Jornalismo
Pedro Matuhashi em entrevista realizada no Centro Dia
Imagem/ Ellen Caroline Corrêa
Em 18 de junho de 1908 desembarcaram no Brasil os primeiros imigrantes japoneses no porto de Santos, trazidos pelos navio Kasatu Maru. Atualmente, o Brasil tem a maior comunidade japonesa fora do Japão. Conforme pesquisa divulgada pelo IBGE em 2010, estima-se que a população de japoneses e descendestes no Brasil seja mais de 1,6 milhão de pessoas. De acordo com o Censo Nikkey de Maringá de 2009, a cidade têm mais de 14 mil japoneses e descendentes. Um deles é Pedro Matuhashi, 77 anos, aposentado, filho de imigrantes japoneses. Apesar do pouco contato com o Japão, ele mantém as raízes na cultura japonesa.
Nas viagens que fez para o Japão, Pedro Matuhashi foi para trabalhar. Naquele país, as áreas com maiores oportunidades de trabalho são fábricas automotivas, eletrônicos, setor alimentício, gráficas, plásticos e vidros. A primeira viagem que ele fez foi em 1957, ” o Japão é muito bom para trabalhar, eu trabalhava em uma fábrica em Gifu [província do Japão que fica na região de Chubu]“. Pedro Matuhashi sempre viajou muito para trabalhar e já morou em várias cidades, como São Paulo, Londrina, Apucarana e Paranavaí, mas depois que chegou a Maringá nunca mais se mudou. Maringá é um lugar muito bom para se morar e minha cidade preferida”. Na Cidade Canção, ele foi encanador e ajudou a construir cinco edifícios.
Pedro Matuhashi e outros idosos em atividade no Centro Dia
Imagem/ Ellen Caroline Corrêa
Apesar de viver no Brasil, Pedro Matuhashi diz que gostaria de voltar ao Japão “tenho parentes lá e gostaria de ir para visita-los e conhecer os lugares.” Sua comida preferida é da cultura japonesa. “Gosto muito do arroz e da sopa de macarrão, como Yakisoba”. Depois que sua mulher morreu, Pedro Matuhashi foi morar e começou a receber cuidados da enteada Brígida de Souza, 55 anos. “Ele vai para o Centro Dia de manhã e fica lá até de tarde, depois eu o ajudo e cuido dele.”
Atualmente Pedro Matuhashi e outros 22 idosos participam diariamente do projeto social realizado por jovens da renovação carismática católica. Eles cuidam de idosos desenvolvendo atividades no Centro Dia João Paulo II, que fica no endereço 402, Rua Topázio 140, Jardim Real, zona 48 de Maringá. “Gosto muito do lugar e fiz muitas amizades, o que mais gosto de fazer aqui é de pintar e desenhar”.
Gosto muito do lugar… o que mais gosto de fazer aqui é de pintar e desenhar
Julianos Sanches de Oliveira, 31 anos, formado em Serviço Social pelo Centro Universitário Ingá, trabalha como consultor no Centro Dia. ”Fazemos pela missão”. Para Joatan Bitencourt Milan, 31 anos, contador e diretor do local, a parte mais importante do projeto é ”poder ajudar aqueles idosos que fizeram tanto pelo mundo e hoje em dia são [considerados] ‘descartáveis’, contribuir para que eles possam encontrar o sentido da vida, a alegria de viver em comunidade e o valor que eles têm como seres humanos, conhecendo suas histórias de vida e trocando experiências.”
Apaixonada por gatos e café, amante da escrita, procurando histórias para contar.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.