


A confiança, que deveria ser depositada no fundamento do Cristianismo, tem sido colocada em falsos profetas
Amanda Gomes
Estudante de Jornalismo
Cristãos. Basicamente, todos aqueles que vivem segundo os fundamentos e ensinamentos de Jesus Cristo. Será?
O cuidado com os guias e pastores espirituais precisa ser inerente à vida religiosa. Falsos profetas e “entendedores” da palavra dissipam por aí uma imagem de Jesus muito diferente daquela pregada pela Bíblia Sagrada, livro em que se fundamentam os cristãos.
Bíblia Sagrada, livro que fundamenta o Cristianismo (Imagem/ Amanda Gomes)
Em umas das passagens desse livro, em Lucas 19: 1-10, Zaqueu recebeu Jesus para um jantar na casa dele. Segundo as escrituras, Zaqueu era o responsável pela coleta de impostos de Jericó, o chefe dos publicanos. Esses eram muito mal vistos pelos judeus, já que eram acusados de reter para si uma parte dos impostos, além do fato de trabalharem para o Império Romano.
O mestre dos cristãos se aproximou de pecadores, em vez de se colocar em uma redoma protetora que o defendia dos pecados do mundo. Veja bem, as escrituras não dizem que ele se contaminou com o pecado, e sim que conviveu com o erro e o combateu.
Pregar e levar a palavra de Deus deveria e deve ser muito mais do que proferir palavras bonitas e textos bem estruturados. Ser cristão tem se bastado a executar essas simples tarefas. Mas mostrar e viver assim como Jesus Cristo viveu é a maneira mais concreta e incisiva de levar o Cristianismo àqueles que não o conhecem.
Viver como Jesus viveu é a maneira mais concreta e incisiva de levar o Cristianismo
Criar a imagem de Jesus Cristo como um ditador, que estabelece regras, condena pecadores sem receio, ordena sem diálogo e proíbe sem reflexões é apenas mais uma, dentre tantas outras maneiras encontradas por inteligentes e falsos profetas, como meio de conduzir fiéis volúveis e de fácil convencimento.
Estaria Jesus, nos dias de hoje, melhor representado pelo líder religioso que prega o medo, condena “pecadores”, engana fiéis e os convence financeiramente. Ou pelo ateu que respeita o próximo, convive bem em sociedade, respeita as diferenças e as compreende?
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.
Até hoje, as religiões não conseguiram o básico da convivência pacífica entre os seres humanos, apesar de serem criadas novas seitas todos os dias, com diversas denominações mas nem sempre com o enfoque do bem comum entre todos os povos. Guerras fratricidas, em nome de Deus, ceifaram vidas pacíficas, preconceitos religiosos levaram à fogueira pessoas honestas e íntegras, e em nome de Deus, homens bomba se auto destroem, despedaçando e levando junto o maior número possível de seus irmãos, os quais deveria amar, compreender e ajudar, compartilhando o mesmo sagrado direito de estar vivo. Religiosos repartem fatias do Paraíso para pessoas carentes, fragilizadas, de vontade fraca, capazes de acreditar no sucesso sem esforço e na melhoria de vida sem merecimento. Jesus chora decepcionado com aqueles que sabem a Bíblia de cor mas não se lembram de matar a fome de pão e de justiça com o próximo que esteja mais perto deles. Bem aventurados, por isso, os ateus que apesar de descrentes, acreditam no ser humano, sofrem junto a mesma dor dele e não se negam a ajudá-lo, em troca de um sorriso apenas, não de um lugar no Céu.