


Mudar-se para o exterior oferece imensa bagagem cultural e é uma das melhores oportunidades de aprendizado
Juliana Nicolini
Aluna de Jornalismo
Medo e ansiedade. Os únicos sentimentos que prevaleciam naquele momento apreensivo. Na ocasião todos estavam reunidos à mesa conversando sobre o futuro como se estivesse ali, a dois passos de ser alcançado. Foi quando o pai da família, com brilho nos olhos, anunciou a mudança para um novo país. Isso significava não apenas partir, mas também simplesmente chegar à um local onde não se conhece ninguém, mergulhar de cabeça em uma cultura desconhecida e, principalmente, começar a vida novamente.
O tempo passa e cada vez está mais perto da data marcada para o grande dia. Malas e mais malas com todos os pertences estão devidamente embaladas. Toda a aparência da casa mudou. A rotina, que antes era tranquila, tornou-se uma grande correria. Apesar de alterações, os sentimentos de medo e ansiedade predominavam mas agora misturavam-se também com a alegria de ter uma grande oportunidade, com a curiosidade para explorar o novo.
Terra da rainha, do chá da tarde, cabines telefônicas vermelhas, ônibus de dois andares, guardas reais nas ruas. Tudo como esperado. Só não era esperada a paixão que seria despertada por aquele lugar e pelas pessoas que lá conheceria. Multiculturalismo. Sem dúvida, essa palavra define a Inglaterra. Cada pessoa conhecida era de uma diferentenacionalidade, tinha vivências diferentes e, por conta disso, carregava uma bagagem cultural totalmente diferenciada. E assim veio o aprendizado de conviver com as diferenças.
Os países são como os Estados brasileiros, muito próximos uns dos outros. Com isso, a facilidade de viajar é uma grande oportunidade para os aventureiros que gostam de buscar novidades. Foram 20 países ao todo, duas dezenas de hábitos, costumes e crenças diferentes. Centenas de lugares pitorescos cheios de história para contar. O mais engraçado sobre isso é que quem viaja, conhece “outro mundo” não volta apenas sabendo mais sobre determinada região e cultura. Nem perto disso.
Foram 20 países ao todo, duas dezenas de hábitos, costumes e crenças diferentes
Morar no exterior muda toda a percepção de vida, leva à uma autocompreesão de quem você é e quais os limites que consegue enfrentar nas dificuldades – até porque morar fora também é um desafio – pode também perceber quem realmente é importante na sua vida, aprender a respeitar diferenças e valorizar mais nosso país de origem.
Por estas e diversas outras razões, há a certeza de que morar fora tem, sem sombra de dúvida, um alto preço. O real preço de sair do senso-comum, aprender com a experência e poder tornar-se uma pessoa com visão de mundo.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.