


Psicólogos dizem que depressivos devem ser levados a sério, pois rejeição prejudica a saúde mental e afeta o tratamento
Janaina Teixeira
Aluna de Jornalismo
Jim Carrey, Robin Williams, Selton Mello, Xuxa, Paula Fernandes e Lucas Lucco têm, além da fama e do, sucesso na carreira, enfermidade em comum: a depressão. A doença psíquica, que precisa de muitos cuidados, tratamento e todo acompanhamento de profissionais capacitados na área. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimento de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite.
Maria (nome fictício), 15 anos, filha de pais separados, iniciou os primeiros traços depressivos há pouco mais de um ano. Conversou com o pai e a madrasta, mas eles achavam que era para chamar atenção, uma “frescura de adolescente”. Após isso, procurou a psicopedagoga do colégio que estuda. “Fiz alguns testes pela internet, comecei a pesquisar sobre esses assuntos e percebi até mesmo traços de esquizofrenia, porém, tenho quase certeza que acharão que quero mais atenção e não cuidados”, conta a adolescente.
Doença psíquica, precisa de acompanhamento de profissionais da área
João (nome fictício), 22 anos, estudante, foi diagnosticado com hiperatividade e ansiedade ainda na infância, após um trauma que sofreu. “Não gostava de nada em meu corpo, me comparava com os outros e me sentia um bosta”, diz. A mãe sempre foi contra a medicação e achava que a melhor solução era colocá-lo em atividades diversificadas, com a desculpa de ocupar a mente. Atualmente João é acompanhando pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “Lá [no Caps], recebo apoio de psiquiatra, enfermeiras com especialização em doenças mentais, assistente social e psicóloga. Eles [os profissionais], além de me medicar de graça, recebo atenção, conforto. A cada visita que faço, sou entendido com um simples olhar”, relata.
Márcio Nalor, 38 anos, pintor de telas, recebeu atendimento psicológico ainda quando estava internado depois de sofrer um acidente no qual ficou semi-tetraplégico. “Ficava muito parado [após sair do hospital], então comecei a desenhar, porém isso não me deixava satisfeito. Fui, então, para a pintura, como ‘ponto de fuga’, foi o que mudou minha vida”.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.