


Ao mesmo tempo em que favorecem a comunicação, mídias sociais são usadas para divulgar e espetacularizar a transgressão
Priscilla Garcia
Estudante de Jornalismo
Muitos criminosos utilizam as redes para expor e se vangloriar por crimes
(Montagem/ Priscilla Garcia)
Não há mais dúvidas sobre a utilidade das redes sociais na vida do ser humano. Sempre em evolução e cuidadosamente idealizadas, as redes sociais têm como principais objetivos a comunicação, a aproximação de indivíduos, de empresas com o público em potencial e o compartilhamento de interesses, ideias e fatos. No Brasil, dos 83,4 milhões de usuários de Internet, 90,8% acessam as redes sociais, segundo dados do TIC Domicílios. Porém, as facilidades encontradas nessas estruturas levam à fuga dos objetivos principais e as tornam uma forma de espetacularização.
Segundo o escritor francês Guy Debord (1967) é como se toda “a vida das sociedades [...] apresentasse como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação através das imagens”.
Os seres humanos abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida real e passam a viver num mundo movido por aparências. Com a era das redes sociais, o conceito de “Sociedade do Espetáculo” difundido por Debord, torna-se ainda mais atual. O exibicionismo, a ostentação e a exposição por meio de imagens é algo que se torna a cada dia mais comum.
Logicamente, não são as redes sociais o problema, mas sem dúvida nenhuma, quando divulgamos algo nas mídias digitais perdemos o controle sobre esse conteúdo.
Hoje, percebemos que qualquer pessoa pode registrar algo e postar em redes sociais. Com isso, muitos criminosos têm usado a internet para espetacularizar o crime. Hoje podemos perceber que é cada vez mais comum pessoas registrarem fatos criminosos e compartilharem essa situação com amigos, seguidores e com o público em geral.
É cada vez mais comum pessoas registrarem fatos criminosos e postarem nas redes sociais
Dentro dos episódios mostrados praticamente no mesmo momento em que aconteciam, podemos destacar o registro de um assassinato. Como forma de impressionar os grupos rivais pela disputa no tráfico de drogas, os assassinos gravaram e divulgaram em redes sociais, com o próprio celular da vítima, a decapitação dela.
Em maio deste ano, a sociedade brasileira assistiu e se mobilizou contra o estupro coletivo de uma adolescente carioca. Sem entrar no mérito do acontecimento, esses fatos só tomaram a devida proporção em função da publicidade feita via rede social por um dos criminosos.
É fundamental que as pessoas saibam fazer uma boa utilização das redes sociais, pois já se registram ocorrências de investigações criminais pela postagem de fotos, vídeos e até mesmo de curtidas em publicações de “amigos”. Tudo o que você faz e posta em rede social, pode ser usado contra você a qualquer momento pelo Estado em favor de processos criminais.
Hoje existem profissionais especializados em localizar e provar quem cometeu e expôs crimes via redes sociais. Por isso, seja responsável por todos os comentários que publica. Mesmo que se arrependa e apague o que escreveu tudo fica registrado. É sempre importante ter em mente que, em tempos de tecnologia digital, o arrependimento é muito mais complexo do que parece e nem sempre é possível ser concretizado.
Feliz por natureza! Grata a DEUS por tudo que conquistei e ainda vou conquistar! Sonhadora e futura jornalista.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.