A instituição busca ajudar famílias de maneira integral (Imagem/ Letícia Tristão)

Há 46 anos trabalhando em benefício da reestruturação e reintegração social de famílias carentes, O Recanto Espírita “Somos Todos Irmãos” (Resti), que começou os trabalhos como creche, encontra-se, desde o início, instalado no Jardim Aclimação (região leste de Maringá). Ajudada por diversos voluntários e gerida pela Associação Espírita de Maringá (Amem), a entidade recebeu reconhecimento de utilidade pública federal em 1998.

Com um trabalho embasado no bem estar da comunidade da qual faz parte, o recanto conta com a colaboração de Maria Ancila Pasqualin Palmieri, voluntária ali há, pelo menos, 38 anos. “A gente sai daqui de alma renovada. É por amor mesmo que a gente faz, pela alegria que isso dá em nosso coração. A gente vê que as pessoas melhoram”, enfatiza.  Ela participa do projeto Gerônimo Mendonça, que ampara famílias em estado de vulnerabilidade e, por meio de palestras e conteúdo informativo – além de distribuição de cestas básicas -, pretende ressocializá-las.

De acordo com a presidente do recanto, Ana Maria Kelmer, outras duas frentes fazem parte do trabalho desenvolvido pela associação. A primeira atende e auxilia dependentes químicos, muitas vezes, integrantes das famílias já amparadas pela entidade. A outra competência é dar suporte e acolher crianças no período em que não estejam estudando, para que não fiquem expostas a situações de risco.

O recanto promove trabalho embasado no bem estar da comunidade à qual faz parte

Atendida pelo recanto e agora funcionária Zilda Salu de Souza, de 47 anos, é moradora do Jardim Aclimação e relata que a entidade foi muito importante na vida dela. Zilda, que teve as duas filhas “criadas pelo recanto”, hoje é cozinheira da instituição e vê neta e sobrinhos também crescerem ali. “A gente precisa trabalhar. Então, ter um lugar onde eles [filhos] fiquem, é bom para a mãe. Você pode deixar seu filho, despreocupado, em um lugar como esse”, esclarece ela.

A psicóloga Thais Franco Pereira desenvolve trabalho no recanto e ressalta a relevância de atividades, como as oferecidas pela entidade, para o crescimento e progresso de crianças desprotegidas e expostas à vulnerabilidade. “A gente percebe a redução da agressividade, a melhora no comportamento. Percebe que a criança consegue expressar melhor as emoções, os sentimentos.” Ela também evidencia que as ações desenvolvidas pelo recanto com as crianças e adolescentes ainda incluem as famílias. “O intuito é olhar para esse indivíduo de uma forma integral. Então, [é pensar] o que eu posso fazer por essa família?”, salienta a psicóloga.