


Questões sociais são temas entre alunos e professores, em debate organizado pelo Observatório de Bioética e Justiça
Leticia Freitas
Aluna de Jornalismo
Desde o dia 9 de abril, o Centro Universitário Cesumar (Unicesumar) está sediando debates do Observatório de Bioética e Justiça (OBJ) com temas que envolvem discussões sociais. O evento, organizado pelo grupo de pesquisa Tereza Rodrigues Vieira, conta com a participação de professores como debatedores e com a interação de alunos da Unicesumar e de outras instituições.
Nem tudo está previsto em lei; há necessidade de buscar avanço nas questões sociais
De acordo com o coordenador dos debates, Luiz Geraldo do Carmo Gomes, os temas aprofundados são os projetos de pesquisa elaborados pela Unicesumar e, depois analisados e escolhidos pelos professores de acordo com a realidade social. Segundo Gomes, os debates são importantes para caracterizar a promoção do ensino dentro e fora da universidade. “Para apresentar aos alunos que nem tudo está previsto em lei, que há necessidade de discutir e de buscar um avanço nas questões sociais”, explica.
O debatedor e pós-doutor em bioética padre Luiz Antonio Bento participou do debate com o tema “Eutanásia como direito à vida”, no dia 7 de maio. Na ocasião, defendeu que a eutanásia (morte proposital sem sofrimento) não é uma atitude ética. “Mesmo a pedido do próprio indivíduo ou de seus familiares, é éticamente inadmissível, afinal, é preciso nos conscientizarmos do primado da pessoa sobre as coisas”, diz.
Além disso, Bento diz que a atitude do Estado, da sociedade e da Medicina diante do término da vida deve ser a dos cuidados paliativos, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e confortar a família. “Vejo a eutanásia como uma falsa solução para o drama do sofrimento humano e um ato indigno do homem. Num mundo marcado pelas técnicas, precisamos encontrar caminhos mais eficazes para servir a vida. É bom lembrar que nem tudo é tecnicamente possível, logo, ipso facto, seria éticamente admissível. Nesse entendimento, tanto a eutanásia como a distanásia [morte lenta com sofrimento] são igualmente condenáveis”, afirma.
Vejo a eutanásia como uma falsa solução ao sofrimento humano e um ato indigno do homem
Para o padre, o ideal é que a população tivesse mais esclarecimentos sobre os conceitos e a distinção entre eutanásia, distanásia e ortotanásia (morte natural). Por isso, a importância em discutir sobre esse assunto é “garantir o respeito no final da vida e evitar tanto a eutanásia quanto a distanásia que o desenvolvimento tecnológico pode provocar, isto é, a perda da noção de limites”.
A tal da tagarela e curiosa de plantão à procura de novas histórias para contar.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.