


A guerra da Síria completa cinco anos e mais de 900 mil sírios já fugiram em busca de uma vida nova na Europa
Natalia Sanches
Aluna de Jornalismo
Os refugiados deixam para trás tudo o que têm. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), muitos usam uma rota perigosa, chegando a mais de 2,5 mil imigrantes que se afogaram no mar Mediterrâneo, vítimas de barcos superlotados, buscando chegar aos países da União Europeia. Ao chegar, comemoram, acreditando que já estão “salvos”, porém não é bem assim.
Em uma visita feita a Viena, na Áustria, pude observar claramente o preconceito e a falta de empatia dos austríacos em relação aos refugiados. Crianças, adultos e idosos, dormindo no chão da estação de trem da cidade, em um frio de zero grau. Eles eram impedidos de sair da estação. Prova disso, é a barreira que foi colocada por guardas nas bilheterias. Ou seja, ficavam presos na estação de trem, eram proibidos até de pegar táxi, mesmo oferecendo uma alta quantia.
Mas a questão é, qual a vantagem em manter os refugiados em uma estação de trem e não deixá-los partir? Era notório o desespero em que muitos se encontravam. Na Segunda Guerra Mundial foi cometida a mesma falha em relação aos judeus que também tentaram se refugiar em locais não dominados pelos nazistas, mas a maior parte deles acabou não conseguindo o visto de entrada. Ficaram assim, entregues as autoridades nazistas. Parte da mesma história se repete hoje.
A intolerância de alguns países europeus em não aceitar refugiados os tem colocado em lugares fechados e isolados. Como fez a Hungria, que em um primeiro momento os colocou em um campo de internamento, para depois expulsá-los do país. Já na Alemanha, mesmo recebendo ajuda de boa parte da população, foram abrigados em um antigo campo de concentração nazista.
Mas a Alemanha vem ajudando, e muito, os refugiados, até mesmo por ser uma via de mão dupla. Enquanto ajuda, beneficia-se por ser um país com uma das populações que envelhecem e diminuem mais rapidamente. É benéfico para a Alemanha receber esse fluxo de famílias jovens, dispostas a trabalhar duro, além de reconstruir a vida.
Na Segunda Guerra Mundial foi cometida a mesma falha em relação aos judeus
Porém, devido à crise econômica europeia, não há possibilidade de atender a todos pela falta de infraestrutura. A solução também seria criar um campo de refugiados na Síria, onde eles pudessem ficar em segurança, como já aconteceu com africanos em guerra, para que ao final, possam voltar para casa.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.