


Quando volta a chover, antigos problemas que não foram solucionados em Maringá tornam a ficar em evidência
Gabriel Tazinasso
Aluno de Jornalismo
A chuva que atingiu grande parte do Estado no começo do ano trouxe muitos prejuízos à população, mas nem todo o estrago causado foi consertado. Apesar dos dias quentes e secos das últimas semanas, os maringaenses, principalmente aqueles prejudicados por chuvas passadas, ainda vivem assombrados pelo medo de novas tempestades. É que quando volta a chover forte, antigos problemas que não foram solucionados tornam a ficar em evidência, principalmente nos pontos de maior acúmulo de água na cidade.
O gerente de Prevenção de Riscos da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Semusp), José Claudio Parizotto, cita alguns deles. “Na Rua 28 de Junho [zona norte], quando chove, é bom nem tentar passar”, adverte. Nesse sentido ele afirma que quando existe previsão ou quando começa a chover, já são acionadas a Defesa Civil, a Setrans e, se necessário, a Guarda Municipal, para serem feitas as prevenções e orientações aos motoristas.
Parizotto também deixa claro a preocupação com a Avenida Colombo, próximo ao Contorno Norte, já que nesse local o fluxo de veículos é muito grande. Apesar disso, ele salienta que os alagamentos são rápidos, só persistem enquanto não para de chover. “Quando a água para de cair, logo o sistema pluvial escoa praticamente todo o local”, diz. Ele informa que serviços já estão sendo feitos, mas admite que muito ainda precisa ser melhorado.
Na Rua 28 de Junho [zona norte], quando chove, é bom nem tentar passar
A engenheira civil, Fabiane Gimenes Pradella da “Secretaria de Trânsito e Segurança” (Setrans), conta que em alguns pontos obras foram feitas para melhoria do escoamento, mas que existe, ainda o que fazer. “Hoje em dia na maioria das vias, só alaga quando chove torrencialmente”, afirma.
O agente municipal de trânsito Rafael Martins, da Setrans, conta que atua em conjunto com a Defesa Civil em momentos caóticos, quando é comunicado que ruas precisam de sinalização e interdições. “Damos apoio assim que somos comunicados e procuramos as melhores saídas para os motoristas, desvios para o descongestionamento”, explica.
De acordo com reportagem publicada em janeiro pelo jornal “O Diário do Norte do Paraná”, de Maringá, o volume de água chegou a 250 mm em apenas 11 dias, enquanto a média para todo o mês era de 227 mm, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), em toda a história do município.
Desastres naturais como esse, podem causar danos materiais e além dos prejuízos, afetam emocionalmente as pessoas atingidas. Segundo a psicóloga da entidade Lins de Vasconcellos, Cristiane Fernandes, as pessoas têm muita dificuldade de deixar os bens materiais, pois conseguiram com muito esforço. “Mentalmente ficam inseguras, passa um filme na cabeça delas”, diz.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.