


Deve o jornalista, em uma sociedade que se omite, agir exatamente de maneira oposta, doa a quem doer
Nilton dos Santos
Aluno de Jornalismo
Nos EUA, o ativismo ganha destaque na imprensa alternativa
(Imagem/Reprodução)
Criticar é fácil, o mais complexo e difícil é ter a publicação com liberdade. Será que o jornalista que atua em um meio midiático convencional consegue ter a divulgação das críticas que produz aprovada pelo editor-chefe ou vive uma “liberdade vigiada”?
Dos meios de comunicação da região, o jornal “O Diário do Norte do Paraná” é o principal veículo impresso. Tem milhares de leitores que acompanham por meio da publicação notícias da cidade, da região, do Estado e até nacionais. Porém, dificilmente encontramos nas páginas do “Diário” alguma crítica produzida por um de seus jornalistas, seja em qualquer área de cobertura.
O instrumento da crítica nos meios de comunicação serve para filtrar a avalanche de informações não muito confiáveis que vêm principalmente da internet, onde não há limites para expressão.
Contra essa falta de posicionamento da mídia tradicional, vemos se firmar aos poucos um movimento que pode, com o tempo, forçar a imprensa a mudar esse comportamento. Trata-se do ativismo midiático.
Nos meios de comunicação a crítica filtra a avalanche de informações não confiáveis
O ativismo midiático é uma forma de contestação do sistema tradicional de se promover notícias. É uma alternativa eficaz no que se diz respeito a tirar o jornalista da omissão, encorajando-o a confrontar, por meio da crítica, a forte manipulação da informação ou até mesmo omissão. Ou seja, deve o jornalista, em uma sociedade que pratica de omissão por diversos motivos, agir exatamente de maneira oposta, doa a quem doer.
Por ser um instrumento de mudança na maneira como se produz e distribui conteúdo e conhecimento, o ativismo midiático fomenta o debate, abrindo vias alternativas para críticas à cobertura dos meios de comunicação convencionais.
Em artigo publicado em agosto de 2014 no Observatório da Impressa, Sergio da Motta e Albuquerque, mestre em planejamento urbano, consultor e tradutor, mostra que esse dever ser um exemplo a ser seguido. “A crítica de mídia americana acomoda a presença da imprensa alternativa e do ativismo midiático”. Ele informa que nos Estados Unidos há diversos sites de divulgação de crítica midiática com elementos do ativismo midiático.
Com as novas tecnologias proporcionando novos canais de comunicação, não há espaço para omissões e comodismo, muito menos para informações moldadas pela zona de conforto, mantendo o senso crítico fragilizado por receio de retaliações.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.