


Menos postos de trabalho têm levado muita gente a investir em um negócio próprio, mas todo cuidado é pouco
Janaina Teixeira
Aluna de Jornalismo
O ramo alimentício exige também atenção às normas sanitárias
Cesar Rossi, 23 anos, formado em gastronomia, sempre cozinhava um bolo ou outro quando um amigo pedia. Até três anos atrás, ele era subgerente de uma rede cinematográfica. Após ter sido demitido, investiu na produção de bolos e doces, usando sempre as redes sociais para divulgação. Rossi deu certo como microempresário e está entre os corajosos e determinados que não sentem a crise econômica no país. Hoje ele é dono da empresa La Rossi.
Segundo o Empresômetro, plataforma desenvolvida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), em parceria com o Instituto de Planejamento e Tributação (IBPT), no Paraná, 94% das empresas são pequenas e micros. Conforme a crise aumenta, mais as pessoas se arriscam, mesmo que, em média, a cada 100 empresas abertas, 37 fechem em menos de dois anos por conta da falta de planejamento e organização do microempresário.
Ultimamente, parece estar valendo mais a pena enfrentar a dificuldade, sendo dono do próprio negócio, do que buscar um emprego formal. Há alguns indicadores que favorecem esse cenário. De um lado está o aumento nos níveis de desemprego e de outro, o aumento na procura por formação técnica.
A taxa de desocupação no Brasil, no trimestre que vai de novembro de 2015 a janeiro de 2016, ficou em 9,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior taxa registrada desde o início da pesquisa, em 2012. Já segundo o Sebrae, a busca por cursos técnicos aumentou quase 60% em Maringá no último semestre. Correr atrás de aperfeiçoamento pode ser um indício de que está valendo a pena acreditar no próprio potencial.
Conhecer o consumidor não é só formalismo para quem pretende começar uma carreira solo
Nem tudo são flores quando o assunto é a abertura de um microempreendimento. Além de coragem, há toda a burocracia exigida para a abertura de uma empresas. Desde o atendimento à lei complementar 123, criada em 14 de dezembro de 2006, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, até, no caso do ramo alimentício, normas sanitárias que devem ser cumpridas à risca pelo empreendedor.
Por essa razão, consultar os órgãos competentes, cercar-se de todas as orientações básicas, conhecer as reais necessidades do novo negócio junto ao mercado consumidor não são mero formalismo para quem pretende começar uma carreira solo. Sem esses cuidados, as chances de um indivíduo voltar a ocupar lugar na fila do desemprego podem aumentar. E muito.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.