Bonner, Vasconcelos e o Jornal Nacional nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook/JN)

O telejornalismo da TV Globo mudou, e para quem estava acostumado com o bom e velho jornalismo tradicional, com a sisudez característica da emissora, depara-se hoje com um modelo mais leve, despojado e interativo de transmissão de notícias, sem perder, contudo, o foco em transmiti-la com responsabilidade.

Ambos com mais de 40 anos de existência, os telejornais Nacional e Hoje ainda são os preferidos dos brasileiros, sendo o JN o de maior audiência em horário nobre no país de acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope).

As últimas mudanças ocorreram a partir da comemoração dos 50 anos da Rede Globo em abril deste ano. Mudanças que se destacam no cenário, na tecnologia usada para transmissão e na didática de apresentação dos âncoras dos telejornais, que nesse caso, não se limitam à bancada e andam pelo estúdio. Porém, a interação com o público por intermédio das redes sociais é uma técnica que até então nunca havia sido estimulada pela emissora.

Paradigmas podem ser substituídos e mudanças podem ser vistas com bons olhos

A interatividade acontece a partir das páginas oficiais dos respectivos telejornais no Facebook. Desde 2011 as páginas somam aproximadamente 12 milhões de curtidas na rede social. Hoje, os telejornais buscam mais proximidade com o receptor, na rede social é perceptível a partir do compartilhamento de notícias e de selfies, que são disponibilizadas minutos antes do programa ir ao ar, os apresentadores proporcionam aos internautas momentos dos bastidores, por vezes irreverentes, da pré-produção do programa, além de permitir a quem está assistindo em casa que envie fotos também. O resultado disso são milhares de compartilhamentos, comentários e curtidas.

Evaristo e Sandra comemoram 5 milhões de curtidas no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook/Jornal Hoje)

Diante desse cenário, é claramente perceptível que, além das mudanças estéticas, há uma preocupação por parte da direção de jornalismo da TV Globo em manter contato mais próximo com o receptor do conteúdo que produz, além de garantir assim, a disseminação da notícia, preocupação acentuada a partir da evolução dos meios de comunicação e do advento da internet.

Tal momento é um divisor de águas para o telejornalismo da TV Globo, pois a partir da busca de uma atitude intimista com o receptor, é garantida a quebra de antigos paradigmas estabelecidos em relação à aura de seriedade extrema predominante e característica nos respectivos telejornais, e ao estímulo e possiblidade de maior interação, feedback e empatia do receptor. Além de mostrar que paradigmas podem ser substituídos e mudanças podem ser vistas com bons olhos. Tudo isso é possível e não necessariamente há perda qualidade.