


Em tempo de redes sociais, a reprodução online conquista usuários e desbanca o “padrão de qualidade” televisivo
Ademir Freitas
Aluno de Jornalismo
Uma recente pesquisa do instituto Nielsen constatou que a audiência da TV nos Estados Unidos caiu 10,6% entre pessoas de 18 e 34 anos. No Brasil, o Google mostrou que 24% dos homens e mulheres entre 14 e 55 anos passam metade do tempo assistindo a vídeos na internet. A era do streaming mal começou e está desbancando a audiência e a qualidade da TV aberta.
O serviço de reprodução online surgiu da necessidade de acompanhar uma tendência que se formou a partir de sites como Youtube e Vimeo. Hoje, o Brasil é um importante mercado para a Netflix, atrás somente do Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. Estima-se que a plataforma tenha 2,5 milhões de assinantes no país e faturamento na casa dos R$ 500 milhões somente este ano. Tal sucesso está incomodando a gigante Rede Globo, que recentemente criou a plataforma de streaming Globo TV+, mas que poucos conhecem. Como consequência, as comparações entre os cardápios oferecidos pelos serviços tornam-se frequentes.
O conteúdo digital disponibilizado oferece milhares de opções no catálogo, divididos entre séries, filmes e documentários para diversas faixas etárias. Logo, o usuário pode escolher o que quer, como quer e quando quer assistir. O mesmo não acontece com a TV aberta, em que os horários são preestabelecidos para serem exibidos. Além disso, o perfil do telespectador mudou ao longo dos anos: antes somente assistia aos conteúdos na televisão, agora ele não só assiste como também opina e classifica os filmes que viu no site. Dessa maneira, ele constrói um catálogo personalizado baseado em preferências pessoais e ainda recebe recomendações que podem agradá-lo.
O Brasil é um importante mercado para Netflix, atrás do Canadá e Estados Unidos
Já imaginou se você pudesse avaliar os programas que assiste na TV aberta? Parece que essa é uma das preocupações da emissora carioca, que se nega abertamente a não criar laços com a Netflix. Em contrapartida, insiste em manter um canal de streaming que é pouco assertivo no solo fértil das redes sociais.
Programas como Big Brother Brasil e Esquenta mantém o “padrão de qualidade” que a empresa pratica há muitos anos, porém o tempo é de mudanças e o telespectador está mais crítico e participativo. Encarar a era do streaming com criatividade, qualidade e visão de futuro são pontos importantes para a emissora não ser engolida pelo arsenal da internet.
A Netflix domina computadores, celulares e TV de brasileiros
(Imagem: Reprodução/Pixabay)
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.