


Tomio Nakadomari, aos 70 anos, cuida dos cachorros na própria casa em Jussara, município a 70 km de Maringá
Mércia Toloni
Aluna de Jornalismo
Nakadomari passeia com um dos cães adotados
(Foto: Mércia Toloni)
Para adotar um amigo de quatro patas é preciso mais do que cuidados básicos, como alimentação e moradia. Também é preciso dar carinho, amor, ter disposição e principalmente tempo. Correndo, brincando e latindo, a vida parece perfeita para Faísca, Pipoca, Neguinho, Duke, Pretinha e os outros sete irmãos. Mas o passado não foi tão generoso. Esquecidos nas ruas da cidade, os cachorros muitas vezes eram maltratados. Bastou o olhar diferente de Tomio Nakadomari,70, para que homem e animais se apaixonassem.
Formado em educação física e treinador da equipe de handebol de Jussara (70 km de Maringá), Nakadomari tem um carinho muito especial pelos 12 mascotes . “Na minha infância morávamos no sítio. Meus irmãos, meus pais e meu amiguinho de quatro patas. Cultivávamos algodão e tínhamos acabado de chegar do Japão, eu tinha entre 9 a 10 anos e minha função era levar comida para eles na roça.”
Esquecidos nas ruas da cidade, os cachorros muitas vezes eram maltratados
Ao caminhar pelas estradas de terra para levar comida para a família, Nakadomari relata que encontrava muitas cobras e outros animais perigosos, mas sempre teve a ajuda do fiel amigo para o defendê-lo por onde passava. “Meu cachorro chegava perto e encostava a patinha na cobra. Quando ela levantava a cabeça ele logo mordia e depois olhava, começava a latir, indicando que era para eu prosseguir.”
Segundo a veterinária Juliana Cazarin, responsável pelos cães de Nakadomari o que ele faz pelos animais é muito bonito. “Ele cuida além dos 12 animais dele, os de famílias carentes”, diz, explicando que, do contrário, esses animais são abandonados nas ruas.
Juliana ressalta a falta de projetos de castração de animais abandonados, o que evitaria doenças e procriação. “Os animais soltos nas ruas causam acidentes e podem trazem doenças com as quais humanos podem se infectar”.
Cada amigo de Nakadomari carrega uma história. Neguinho, por exemplo, foi resgatado de cima do corpo do ex-dono, que morreu baleado no meio da rua. Já Pipoca viviaperambulando por lanchonetes.
Aparecida Nakadomari 58, mulher de Nakadomari, conta que no começo não gostava da presença de tantos animais. “É muito trabalho com a higiene, gastamos por mês cerca de quatro sacos de ração, mas hoje já aceito melhor.” Com o tempo diz que apreendeu a admirar o marido, passando a amar cada mascote que estava dentro de casa.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.
Belo trabalho, no entanto precisamos nos lembrar que outras espécies animais, como por exemplo bois, cabritos e porcos são capazes também de externar sentimentos de amizade, companheirismo e gratidão, se deixarem, mas costumamos transformá-los em churrasco antes que tenham a chance de ser tão amigos quanto cães sabem ser. Sou vegana (nada de origem animal no cardápio) feliz por estar me alimentando de forma saudável, saborosa, variada e nutritiva de tudo o que a mãe Natureza proporciona sem precisar ser conivente com o massacre de seres amorosos, inocentes e tão bons quanto nosso amado cão de estimação ou nosso muito amado gatinho.