


Pessoas comuns que vivem nos bairros de Maringá viram protagonistas nas palavras de estudante de jornalismo
Lethícia Conegero
Aluna de Jornalismo
Lethícia Conegero (Foto: Patrícia Marques)
Cidade nova, amigos novos e um universo inteiro para descobrir: o do jornalismo. Foi assim que cai “de paraquedas” em Maringá em 2013, o meu primeiro ano de faculdade. Mudanças causam estranhamento, é normal. E alçar voo fica ainda mais difícil quando se é tímido e reservado. Esse, sem dúvida, foi o meu caso.
Entre descobertas, alegrias e saudade de casa, sobrevivi bravamente ao meu primeiro ano de faculdade. Ouvíamos falar muito de um tal “Jornal Matéria Prima”, o jornal-laboratório que era produzido pelas turmas do segundo ano de Jornalismo. Os dias se passaram e quando menos esperava, lá estava eu: já não era mais caloura e fazia o meu cadastro no site do JMP para postar meus textos quinzenalmente. A partir daí, fui desafiada: minha primeira edição seria de bairro. Isso mesmo! Eu conheceria Maringá por bem ou por mal. A minha sorte é que foi por bem.
Coloquei minha mochila nas costas e lá fui eu: papel e caneta na mão, somados a um turbilhão de sentimentos de encarar o novo e o desconhecido. Joguei-me no mundo procurando uma pequena grande história perdida nas ruas da cidade. Histórias de pessoas comuns que, em minhas palavras, podiam ganhar vida em um texto feito com muito amor e carinho, e que todos pudessem ler com apenas um click. Conheci os mais incríveis personagens das mais diversas aventuras: a avó budista que escrevia livros, o catador de papel que virou fotógrafo, a mulher que superou a depressão com o amor dos cães e a família que tinha galinhas de estimação. Algumas dessas histórias viraram textos publicados no JMP, outras não. Mas mesmo aquelas que não foram para o papel, ficaram arquivadas aqui, dentro de mim e em minhas lembranças sobre o ano que se passou.
Conheci os mais incríveis personagens das mais diversas aventuras
Depois da editoria de bairro vieram tantos outros textos que impulsionaram o meu olhar crítico, além de estimular meu lado poético e também observador. Mais uma etapa se conclui e eu continuo me definindo como uma pessoa reservada, mas posso dizer que aprendi a lidar com isso para não deixar a timidez me frear. Não posso parar. Quero alçar voos mais altos e alcançar lugares inexplorados.
Esse é o meu adeus. Me despeço do Jornal Matéria Prima com sensação de dever cumprido e mais, a alegria de ter aprendido e crescido com cada experiência que me proporcionou. Aos viajantes de primeira viagem que estão chegando para assumir o posto eu digo: abracem cada oportunidade que tiverem e deem o melhor de si. Cuidem com carinho do nosso JMP e se deixem levar pelas experiências incríveis que vêm por aí. Boa sorte!
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.