Levando conteúdo e informação toda semana aos leitores, os alunos de Jornalismo, por meio do Jornal Matéria Prima, transmitem competência na prática da escrita ao entregarem as produções. O jornal-laboratório propõe ao aluno enfrentar as maiores dificuldades que um repórter passa no dia a dia de trabalho, desde procurar o assunto impactante para a pauta, até correr atrás de fontes apropriadas para a produção da reportagem.

Nas diversas edições que são publicadas semanalmente, entre produções informativas e opinativas, o leitor se depara com a editoria Literatura, conferindo descontração e reflexão em meio a textos sisudos. Entretanto, não é exatamente o que o público encontra. Nas edições produzidas neste ano, as crônicas presentes na editoria se transformaram em textos complexos e desanimadores. Os alunos optaram por elaborar crônicas que despertassem a melancolia, utilizando enredos que não convidam o leitor a ir além.

É fato que os alunos devem ter a liberdade de expressão nessa editoria, porém, a falta de criatividade e os extensos textos produzidos não despertam a imaginação do público. Segundo Claércio Ivan Schneider, no artigo Crônica jornalística: um espelho para a história do cotidiano? a crônica deve ser um texto breve, “entre um gole de café e outro”, assinalando acontecimentos do cotidiano com vasta liberdade de criação.

 Esses “estilos” de crônicas criados pelos alunos despertam no leitor um estado de depressão e angústia

O JMP visa mostrar de forma light aos alunos as produções feitas por grandes jornais. Assim como os jornais de renome, é necessária a editoria de Literatura, que transmita leveza e informalidade. Todavia, as produções do JMP não revelam essa suavidade. Necessitam de pitadas de humor para ganhar a atenção do leitor. Os estudantes aproveitam dessa editoria para realizarem o texto “sem pé nem cabeça”, transformando a produção em um emaranhado de palavras soltas.

Ademais, esses “estilos” de crônicas criados pelos alunos despertam no leitor um estado de depressão e angústia. Consoante a Danilo Fernandes Sampaio, a leitura literária “(…) é um mecanismo de transformação na vida e nas relações entre os seres humanos.”, ou seja, por meio da escrita o redator é capaz de influenciar atitudes do público para o qual escreve. Dessa forma, os alunos precisam tomar certos cuidados na hora de produzir, mesmo que seja um texto narrativo e peculiar de cada estudante.

(Foto: Reprodução/Jornal Matéria Prima/Fotomontagem)