


Os jornais Folha de S. Paulo e G1 deram pouca ênfase ao assunto que merecia ser tratado com mais clareza e detalhes
Maria Isabel Corrêa
Aluna de Jornalismo
Marcha da Família com Deus pela Liberdade no Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/ABr)
No último dia 22 de março tivemos a repetição de um movimento de grande influência e poder na década de 1960. Mais especificamente, em 1964, onde tiveram início uma série de manifestações contra o governo de João Goulart. Na época julgavam ser uma ameaça a implantação do comunismo, e essas mesmas manifestações apoiavam o golpe militar. Assim denominou-se a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, mesmo nome que levou centenas de pessoas às ruas novamente, segundo diferentes fontes da PM.
Com o objetivo de relembrar o cinquentenário da tomada do poder pelos militares, a marcha versão 2014 realizou o mesmo trajeto de caminhada: da Praça da República até a Praça da Sé.
Os manifestantes reivindicaram uma intervenção militar a fim de retirar o poder de políticos corruptos, para, assim, realizar-se uma nova eleição apenas com candidatos que não tenham nenhum relato de corrupção em seu histórico, os chamados “fichas limpas.”
Há sim que analisar e avaliar toda e qualquer manifestação com muita cautela
A TV Folha, do jornal Folha de S. Paulo, abordou o assunto com certa superficialidade. A notícia teve o foco direcionado aos poucos, e de magnitude desprezível, conflitos que ocorreram na manifestação. Também não conseguiu comprovar a participação de grupos neonazistas na marcha, embora tenha afirmado que estavam lá. Deu destaque a uma minoria que se manifestou contra a passeata e acabou sendo expulsa, além de outras poucas pessoas que foram presas.
O fato é que na situação em que o País se encontra, há sim que analisar e avaliar toda e qualquer manifestação com muita cautela e com o maior número de informações possíveis, caso contrário, corre-se o risco de induzir a população, principalmente no meio televisivo, a criar uma visão distorcida dos poucos movimentos que ocorrem atualmente. Isso é exatamente o contrário do que é necessário no momento.
Em um lugar onde as pessoas são manipuladas pela mídia que, por sua vez, é totalmente influenciada pelo poder político e privado, deve-se, sim, ter muito cuidado em expor informações. Mas é aí que também deve haver maior esforço em procurar brechas nas informações, a fim de chegar, com isenção, à melhor análise sobre quaisquer que sejam as intenções dessas manifestações.
Conversadeira, ama ouvir histórias e contá-las. Identifica-se com o jornalismo e é apaixonada pela família.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.
ótimas colocações e declarações,devemos sim tomar certas medidas para não sermos manipulados,mas vivemos num país onde o pobre e analfabeto só tornam-se cidadãos em época de eleições, onde o próprio governo faz suas leis distorcendo e envolvendo a população que poderia ir contra suas regras, aumentando impostos, criando leis que punam o livre pensar”contra o governo” e falar então, as vezes me sinto de volta ao passado não muito longínquo da Ditadura Militar, e me arrepio quando ouço de pessoas de mais idade dizerem; Bons tempos aqueles. Será que a democracia está perdendo sua força ou é muita gente burlando o certo e vivendo o duvidoso.E olha que não sou tão velha assim.