


O jornalista deve pensar em tudo, antes de todos, conhecendo os limites e obrigações. E o caminho até lá é surpreendente
Carolina Giacomini
Aluna de Jornalismo
Carolina Giacomini (Foto: Carolina Giacomini)
Para começar, eu nunca pensei em ser jornalista. E depois desse, outros pensamentos foram modificados. Nunca pensei que, além do texto, título também tivesse tamanho. Nem que um jornal ou revista tivesse espessura certa para linha, mas existe a “linha fina”. Essa também tem limite de toques, como o título. Nunca pensei que seria tão difícil tirar uma foto certa para ilustrar uma matéria. E falando em foto, não imaginava ter que me fantasiar, por várias vezes, para a aula de Produção Fotográfica. Mas isso se torna comum quando a professora é formada em Artes Visuais.
O “seu” e “sua” podem ser de várias pessoas
Nunca pensei que no curso de jornalismo eu precisaria aprender Filosofia. Ou tentar. E diagramar? Sim, quem cursa jornalismo precisa saber de corel, indesign e photoshop. E não se recorta cabelo usando “varinha mágica”. Pensei não ter o mínimo de imaginação quando a professora disse: seu próximo texto é crônica. E aí está mais uma que não pensava. O uso dos pronomes possessivos “seu” e sua” são ambíguos. O “seu” e “sua” podem ser de várias pessoas, mesmo que isso não seja a intenção.
A palavra “coisa” significa algo muito feio. Mas estudiosos indicam que “cultura” é compreendida como emaranhado de ideias. Nunca pensei ter minha opinião tão bem aceita em um artigo. E quando for abordar algum assunto, estude-o. Não escreva emaranhados e nem tente enrolar o editor-chefe, nem o leitor. Nunca pude imaginar que o Word tivesse um dicionário de sinônimos. Mas isso ajuda muito a substituir “coisa” por uma palavra melhor e fazer o título caber nos toques. Achava que “manual de redação” te ensinava que uma dissertação é dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. Mas se trata de muito mais que isso.
Nunca pensei que jornalismo fosse tão confuso. Em Ética e Legislação eu aprendi: “seja ética profissionalmente. Não exponha a sua opinião nas reportagens”. Aí você aprende que no jornalismo também se faz artigo de opinião, crítica de mídia e ombudsman.
Nunca pensei que meu texto tivesse que responder, logo nas primeiras linhas, 6 perguntas de uma só vez: o que, quem, quando, onde, como e por que. Mas se deve conseguir do personagem, fonte ou entrevistado mais que isso. Nunca pensei que existe jeito certo e errado de segurar um microfone. Nem como é difícil manter contato visual com uma câmera durante toda a reportagem.
Não ter o medo, ser firme, insistente, atenciosa, observadora e sensível
Não pensava em quase nada que o jornalismo me ensinou até agora. “Eu”, para o Jornal Materia Prima, torna-se dispensável. Mas eu não. Não ter o medo, ser firme, insistente, atenciosa, observadora e, principalmente, sensível são os principais pensamentos para conseguir cativar o leitor, até o último ponto. Missão passada para aqueles que vêm por aí.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.