


Todo fotógrafo, em tese, é responsável pelas fotos que tira; isso vale também para quem se deixa fotografar
Carolina Giacomini
Aluna de Jornalismo
Com tecnologia e redes sociais, divulgar dados nunca foi tão fácil (Foto: Carolina Giacomini)
Em 2006, um caso envolvendo a modelo e apresentadora Daniella Cicarelli. Em 2012, foi a vez da atriz Carolina Dieckmann. Recentemente, o caso da jovem identificada como “Fran”, em Goiás. mas a lista pe grande e não se limita às brasileiras. Scarlett Johansson, Jessica Alba, Leighton Meester também foram protagonistas de situações semelhantes. Nem mesmo Kate Middleton, duquesa de Cambridge, escapou. Esses são apenas alguns episódios de grande repercussão, nas redes sociais e na mídia, que esbarram no “direito” à privacidade.
Mas, afinal, quem controla o pudor senão aquele que o detém?
Não importa cor, nacionalidade, ser famoso ou não. O “vazamento” de imagens e vídeos íntimos já resultaram até em mudança na Constituição Brasileira, como no caso de Dieckmann. Aliás, essa mesma Constituição determina , no ART 5º, o direito à privacidade: “(…) são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Mas, afinal, quem controla o pudor senão aquele que o detém?
No livro “Fotojornalismo, uma viagem entre o analógico e o digital”, os fotógrafos Erivam Moraes de Oliveira e Ari Vicentini defendem que todo profissional é responsável pelas fotos que tira, assim como o “modelo” que permitiu tal ação. Ambos também devem pensar nas consequências que esse ato pode causar, em quaisquer circunstâncias. Assim, entende-se que, todos os que filmam ou fotografam devem estar cientes de que esses arquivos podem se tornar públicos, e o que isso pode gerar.
A sociedade têm valores. E ainda são, na maioria das vezes, “tradicionais”
A sociedade têm valores. E ainda são, na maioria das vezes, “tradicionais”. A palavra “divulgação” nunca foi utilizada tão facilmente como agora e, mesmo assim, parece que as pessoas não sabem como agir diante dessa agilidade. Os vazamentos são exemplo disso. A enorme repercussão é inevitável.
Quando o tema é direcionado às pessoas públicas, celebridades, o cuidado deveria ser ainda maior, já que elas vendem a própria imagem. Elas, e todos, sabem que tudo o que fazem está sendo monitorado por paparazzis e jornalistas do meio.
O que é certo e errado pode até ser um conceito individual, mas todos devem ter consciência de que os indivíduos são diferentes. O explícito choca. Os que pretendem fazer algo tido como íntimo, devem aber do risco que estão correndo, mesmo sendo “anônimos”.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.