


O jornalista deve redobrar os cuidados na hora de transmitir para a população informações sobre saúde
Mariana Kateivas
Aluna de Jornalismo
A mídia ajuda a disseminar campanhas, como a de vacinação (Foto: Wilson Dias/ABr)
É por meio da mídia que as informações são divulgadas dia a dia, minuto a minuto. No aparelho que cabe na palma da mão, o mundo oferece inúmeras informações sem que seja preciso sair do lugar. Acompanhar em tempo real o resultado do jogo de futebol, ler notícias sobre o que acontece nas cidades, ver opiniões sobre o que se passa ao redor do mundo, entender sobre saúde, entre tantos outros assuntos de fácil acesso à população. Com apenas o apertar de um botão, um click, ou então, o sintonizar de uma estação. Nunca foi tão fácil garantir o direito de acesso à informação, previsto pela Constituição federal de 1988, como acontece hoje.
Foco não é ensinar, mas isso acontece |
O assunto “saúde” agora faz parte do jornalismo e ajuda a melhorar a qualidade de vida da população |
CAROLINA GIACOMINI ALUNA DE JORNALISMO |
Sabe-se que ensinar, seja lá o que for, não é uma das principais funções do jornalismo. O profissional dessa área deve se preocupar em informar a sociedade sobre os principais acontecimentos, mas sabe-se também que não é isso que se lê e se vê hoje. E uma das áreas mais trabalhadas é a saúde. Afinal, quem nunca aprendeu algo sobre saúde na televisão ou no jornal impresso? Vale lembrar que nem sempre as dicas que se aprende realmente funcionam. A recepcionista Andrea Prieto, 25, teve sorte na experiência. Ela conta que sempre que aparecia uma espinha no próprio corpo “espremia até sangrar. Às vezes até machucava”. O que Andrea aprendeu no programa “Bem Estar” (Rede Globo), segundo ela, foi putil e serve para que ela ensine outras pessoas que passam pela mesma situação. “No programa, os médicos falavam que não pode apertar. Quanto mais a gente aperta, mas vermelho fica e tudo o que é vermelho hoje, com o sol, fica vermelho amanhã”, diz ela, que sofria com as manchas de acne pelo rosto e corpo.Andrea diz que como deu certo uma vez, sempre que pode segue as dicas que os programas e jornais transmitem. Ela completa dizendo que passou a usar protetor solar por conta das indicações feitas nesses veículos de comunicação. “É bom porque a gente não vê só notícia ruim nos jornais. A gente aprende a se cuidar também.”É importante destacar que, como ensinar não faz parte do conceito de jornalismo, deve-se tomar cuidado quanto a qualidade das informações e sempre se perguntar: isso faz sentido? De onde surgiu essa informação? Quem está falando é uma autoridade no assunto? Essas são perguntas convenientes para saber, de antemão, se o que se está recebendo são informações confiáveis. |
Informações sobre saúde e promoção da saúde são tratadas pelos meios jornalísticos do País. Como o velho ditado já dizia: “é melhor prevenir do que remediar”. De acordo com o Ministério da Saúde, a promoção da saúde é uma das estratégias do setor na busca pela qualidade de vida da população e é com conteúdo informativo que os meios de comunicação atuam nessa área em favor da sociedade.Mais de 61 milhões de domicílios brasileiros têm acesso às tecnologias da informação e comunicação (TIC), segundo a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE em 2011. Com essa diversidade, a oportunidade de conhecimento é ainda maior e, além disso, de exercer outro direito também garantido por lei: o da saúde.
O médico e presidente da Sociedade Médica de Maringá, Kamel Jorge Chammas, diz acreditar na importância da mídia para a promoção da saúde, porque trata de divulgar inúmeras campanhas, como as de vacinação e contra o fumo. Também incentiva o aleitamento materno, informa sobre diversas doenças, como hipertenção e diabetes, além de ensinar sobre a educação alimentar e incentivar a prática de atividades físicas. “É fundamental, pois se gasta muito na cura das doenças. Nós temos que investir para evitar que as doenças aconteçam”, afirma o médico.
Programas de TV, editorias em jornais, páginas na internet, entre outros quadros sobre saúde já ganharam espaço na mídia brasileira e, com o papel de informar, o jornalista deve se atentar aos cuidados necessários na hora da divulgação dessas informações que podem ser boas ou más para o leitor.
A jornalista e docente do mestrado em Promoção da Saúde da Unicesumar, Ana Paula Machado Velho, entende que o jornalista pode ajudar muito disseminando informação sobre saúde, mas alerta que a pesquisa sobre os temas é fundamental, além da necessidade de se buscar linguagem de fácil entendimento. “É preciso que o repórter conheça a fundo os temas que está discutindo, para que a reportagem tenha efeito junto ao público. Busque compreender esses detalhes que a pesquisa científica oferece para traduzir esse conteúdo para a população. É fundamental compreender e tratar os dados com zelo, buscando, numa linguagem acessível, mostrar as descobertas das pesquisas em saúde”, diz Ana Paula Machado Velho.
Aquela que voa sonhando, mas que mantem os pés no chão para realizar cada um deles. Amante do clique e apaixonada pela vida, rica em histórias.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.