


Com sedes em Estados onde não há fortes campeonatos de futebol, teme-se que novas arenas fiquem sem uso após a Copa
Giovanni Froeming
Aluno de Jornalismo
Das 12 cidades sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2014, Cuiabá, Brasília e Manaus não têm times nas duas principais divisões do futebol brasileiro. A partir disso pergunta-se: O que fazer com os estádios construídos nessas cidades após a Copa já que, juntos, custaram mais de R$ 2 bilhões? É essa solução que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tenta encontrar.
Provavelmente, esses estádios não terão número grande de partidas durante o ano. Consequentemente, não terão número de público considerável. Por que então os governantes gastaram bilhões de reais na construção de estádios que serão utilizados durante apenas um mês? É a resposta que a população agora tenta encontrar.
Afinal, para que construir estádios novos se é possível apenas reformar e aperfeiçoar os já existentes?
Uma das alternativas cogitadas pela CBF para se utilizar os estádios após a Copa, seria realizar as finais dos campeonatos nacionais nas cidades sede. É o que ocorre na Europa, onde a sede da final do campeonato é escolhida no início da competição. Porém, esqueceram-se que o Brasil é um país imenso, com transporte precário e Estados distantes uns dos outros. Imagine uma final de campeonato, disputado por dois times do Rio Grande do Sul, realizada na Arena Amazonas, em Manaus? Não seria a melhor solução.
O grande medo da CBF, das autoridades e de todo Brasil é que esses estádios se tornem os famosos “elefantes brancos” após a Copa, ou seja, grandes obras, mas pouco utilizadas. A África do Sul, sede do último Mundial, realizado em 2010, por exemplo, serve de alerta, já que três anos após a Copa do Mundo, o país tem vários estádios pouco utilizados, inclusive o Cape Town Stadium, localizado na Cidade do Cabo, que foi o mais caro com o custo de R$ 1 bilhão.
A solução para que isso não ocorra, deveria ter sido apontada antes. Se no momento em que escolheram as cidades sede, as autoridades tivessem pensado nos Estados que têm campeonatos fortes, com vários jogos durante todo o ano, não teriam sido construídos estádios “com prazo de validade” de um mês, apenas para o evento do ano que vem.
Reformar estádios já existentes, gastando menos e tendo a garantia de que seriam utilizados esportivamente após a Copa do Mundo de 2014, certamente teria sido a melhor opção. Afinal, para que construir estádios novos se é possível apenas reformar e aperfeiçoar os já existentes, considerando que os gastos seriam menores e o retorno garantido?
Uma das poucas questões para a qual já existe resposta é sim, alguns estádios construídos se tornarão elefantes brancos, já que o futebol não será o responsável por movimentar o público e sustentar economicamente as obras de custos bilionários.
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Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.