


Despedidas quase sempre são tristes, principalmente quando se trata de um filho – porque produzir um texto é, às vezes, um parto
Priscila Dias
Aluna de Jornalismo
Priscila Dias (Foto: Eliza Bondenzan)
Calouros,
Sei que entre as várias novidades que o segundo ano reserva para vocês, a mais esperada é o Jornal Matéria Prima. Também passei por isso quando abandonei a classificação de “caloura” para, finalmente, ser “veterana”. Embora não exista mudança significativa nesse processo, o aprendizado é o que se ganha de mais valioso. E convenhamos: depois que se aprende o verdadeiro significado de “coisa” dá uma vontade danada de excluir essa palavrinha do vocabulário.
Ir para uma rua qualquer descobrir algo interessante, abordar desconhecidos, escrever a primeira reportagem e, ainda por cima, encontrar um jornalista disposto a ser entrevistado por quase-focas são desafios necessários para garantir o status de veterano. Não foi fácil, mas acumulei um baú de histórias que conto e reconto pelo menos uma vez na semana.
Quando me apresentaram o Jornal Matéria Prima julguei, logo de cara, que aquele seria o pior ano do curso. Produções quinzenais, correção coletiva, diversas editorias e… puff! Meu primeiro texto seria sobre “bairros”. Eu odiava ir para os lugares estranhos que me mandavam. Odiava – no passado – porque quando a última edição do JMP chegou senti um arrependimento enorme por ter ignorado essa chance. Não só pela nota, mas pelo bem que me fazia ouvir aquelas histórias.
Esse “filhinho” precisa de muita dedicação e esforço para continuar saudável
Então, calouro, antes que isso vire um desabafo, quero dar as boas vindas para você que será o grande responsável pelo sucesso (ou não) deste jornal-laboratório. Desejo que você faça melhor e cuide bem da nossa “cria”. Esse “filhinho” precisa de muita dedicação e esforço para continuar saudável.
Por favor, não espere a última edição para perceber que você poderia ter feito melhor. É um conselho óbvio, mas que muita gente deixa cair no esquecimento. Posso falar isso com clareza porque fui uma das caducas deste ano.
Por fim, aproveitem cada minuto. A vida pode te ensinar muito se você souber aonde quer chegar. Ah! Valorize quem está percorrendo esse caminho com você e os que estão um pouco à frente. Colegas de graduação podem ser bem mais que amigos. Alguns, mais que irmãos.
Agora o JMP está com vocês, mas de alguma maneira ainda pertence às turmas que já passaram. Ficarei de olho em cada nova postagem neste nosso “filhinho”.
Politicamente engajada, fala pelos cotovelos. É eclética e ama uma boa risada.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.
Oi Priscila, participei do Matéria Prima (sem hífen mesmo! haha) em 2009 e lendo seu texto pude recordar de várias experiências. Em fevereiro da quele ano não parecia que seria fácil dar conta de tantas produções, eu me irritava a cada correção. Mas, com o passar dos meses, eu lembro que a raiva e angústia foram extintas. Eu sentia que estava “aprendendo” a escrever. Esse “filhinho” a que você se refere foi uma grande escola para mim. E a mãe dessa criança não tinha como ser melhor, a minha eterna professora Rosane Barros!
Sucesso para você e boa sorte para a equipe de 2013 do JMP!