


Empresas faturam atendendo estudantes que optam por morar na cidade pela diversidade de cursos oferecidos
Priscila Dias
Aluna de Jornalismo
Não há dúvidas de que os universitários contribuem para a movimentação econômica de Maringá – pólo educacional do noroeste do Paraná. Dados da Companhia de Desenvolvimento de Maringá (Codem) apurados com base no último censo do IBGE indicam que 10% da população do município é formada por estudantes do ensino superior, ou seja, 35 mil pessoas. Esse segmento movimenta vários outros da cadeia produtiva, como comércio, serviços, além das atividades culturais e de lazer.
As várias opções de cursos nas instituições particulares e na Universidade Estadual de Maringá (UEM) atraem estudantes de diferentes regiões do Estado e até mesmo do País. Para os que moram na região de Maringá, há quem encare o desafio de ir e voltar todos os dias, mas também há os que preferem deixar a comodidade da casa dos pais e dar um grande passo rumo à independência.
Quando a gente sai da cidade pacata, daquela rotina, da zona de conforto e vai morar em uma cidade maior, aprende a viver sozinho e a se virar
A universitária Ana Carolina Karescoski Borges Monteiro Lima, 19, é natural de Atalaia (53 km de Maringá) e desde 2010, quando começou a frequentar cursos preparatórios para o vestibular, mora na cidade. “O custo de morar aqui é mais alto comparado com as parcelas do transporte [van], mas acho que isso é recompensado quando a gente sente que não há mais aquele desgaste de ter que pegar estrada todo dia.” Para ela, a experiência de morar sozinha permitiu que a maturidade chegasse um pouco mais cedo. “Quando a gente sai da cidade pacata, daquela rotina, da zona de conforto e vai morar em uma cidade maior, aprende a viver sozinho e a se virar.”
De acordo um estudo de 2010 elaborado por estudantes de graduação do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o bairro com a maior concentração de estudantes universitários é a Zona 7. A proximidade com a universidade é o principal motivos da grande procura por imóveis nessa região. Segundo Claudiomar Sandri, dono e gerente de uma imobiliária de Maringá, os imóveis nas proximidades das instituições de ensino também são vendidos facilmente se o universitário quiser se mudar do local. “Além de ser mais barato, a procura para a locação de imóveis é interminável”, destaca.
Já para a universitária Bruna Hernandes Scarabelli, 18, a decisão de deixar o aconchego da casa dos pais, em São Jorge do Ivaí (48 km) para morar em Maringá veio com a aprovação no vestibular em um curso de período integral. “Os horários de circular não coincidiam com o início e término das aulas.” A jovem diz acreditar que no caso de cursos onde o estudante só fica uma parte do dia na cidade, o melhor ainda é ir e vir. “Se for para ficar em tempo integral, é melhor morar em Maringá. Cansa menos morar perto da faculdade”, diz.
Nas férias, o movimento cai 80%. Todos voltam para casa
A presença de universitários de outras regiões em Maringá movimenta, principalmente, o comércio próximo às instituições. Dona de um mercado localizado em frente ao Centro Universitário de Maringá (Cesumar), a comerciante Fátima Carvalho de Souza diz que grande parte dos seus consumidores não é da cidade. “Nas férias, o movimento cai 80%. Todos voltam para casa”, reclama.
Politicamente engajada, fala pelos cotovelos. É eclética e ama uma boa risada.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.