


A agilidade da web tem atraído mais leitores, mas ainda há quem não dispensa ter nas mãos, literalmente, a informação
Sabrina Morello
Aluna de Jornalismo
É muito comum ouvir pessoas falarem que o jornalismo impresso está com os dias contados por conta do surgimento das mídias digitais. De fato, o imediatismo dos acontecimentos é bastante compatível com a comodidade que o ambiente online propõe aos leitores – o que não é possível no impresso –, mas muitas pessoas ainda preferem tomar café folheando lentamente as páginas de um jornal.
No ano passado o site Future Exploration Network (FEN), que auxilia grandes organizações a obterem insights sobre o futuro e desenvolver estratégias que criem vantagens competitivas, criou um gráfico, fundamentado em estimativas e tendências, que aponta para o fim do jornal impresso no mundo. Segundo o FEN, o primeiro país a abolir o jornal no formato impresso será os Estados Unidos, em 2017, seguido por Inglaterra, 2019, Canadá e Noruega, em 2020. Para o Brasil, as previsões do fim dos impressos são para o ano de 2027. Os principais fatores são: o crescimento da tecnologia móvel e o baixo custo da operacionalização.
Para o Brasil, as previsões do fim dos impressos são para o ano de 2027
Apesar de haver benefícios e malefícios nos dois modelos, o que não podemos negar é o fato de que um completa o outro. No webjornalismo, a proposta é de publicar textos resumidos e diretos, para acompanhar a agilidade e rapidez que o meio exige. Em contrapartida, o impresso é composto por textos maiores e mais detalhados, voltados às pessoas que têm um pouco mais de tempo para a leitura. É como se na internet fosse publicada uma prévia da informação que o impresso carrega – só que, neste segundo, muito mais completo. É válido lembrar também que muitos jornais e revistas estão usando a nova ferramenta para complementar as notícias do papel, disponibilizando conteúdos exclusivos para a rede, como vídeos e áudios.
A internet poderá até acabar com o papel, mas não com o jornalismo. Independentemente do recurso que é usado, a informação chegará até o leitor que tem sede de notícia. A maioria de nós não viverá para ver o fim do jornalismo impresso. Acreditar que os jornais irão acabar é o mesmo que acreditar no túnel do tempo. É algo que poderá acontecer, mas não a partir desta década ou da próxima.
Aspirante de jornalista. Apaixonada por esporte, mas descobrindo novas paixões na profissão.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.