Com 34 anos de casados, Biro Biro e Irene são uma família feliz (Foto: Celso Dutra)

O motorista Anísio Ribeiro da Costa, 55, mais conhecido entre os amigos como Biro Biro, vive há 11 anos com a mulher, Irene, 50 anos, no Jardim Indaiá (região oeste de Maringá). Dois anos atrás decidiu fazer uma surpresa para a companheira. Instalou uma placa em lugar bem visível, na frente da casa onde moram, com os seguintes dizeres: “Aki mora uma família feliz”.

A ideia  surgiu quando Anísio viu uma placa em outra casa. Além de surpreender a mulher, a intenção foi compartilhar a felicidade do casal também com os vizinhos. A história desse relacionamento feliz começa com um elogio que Anísio fez a então futura mulher. Ele a chamou carinhosamente de “bonitinha”. Depois de muitas conversas o namoro começou.

O cotidiano de Anísio e Irene é um exemplo para os que estão começando a vida a dois. “Vivemos muito bem e não há divergências entre nós”, diz o motorista. No dia 25 de março o casamento completou 34 anos. Dessa relação nasceram dois filhos: Cristiane, hoje com 33 anos, e Fabiano, com 25 anos.

Hélio Zucoloto, 66 anos, motorista, vizinho do casal, diz achar o gesto de Anísio interessante porque confirma que “nos dias difíceis de hoje é uma forma de expressar o que os dois sentem em relação à vida”. Já o amigo Nelson Silva, 54 anos, revela gostar deles como se fossem da própria família. Biro Biro trabalha no Hospital Universitário de Maringá há mais de 25 anos, atuando sempre na mesma profissão, como motorista. Antônio Rodrigues Guedes, 50 anos, comerciante do Jardim Indaiá afirma ser amigo do casal há muitos anos e que pessoas como eles são extraordinárias. Guedes diz ainda que os amigos sempre visitam o casal e acham bonito a união estável deles.

“Pessoas de fé”

A Casa do Artesão (localizada na Avenida Colombo, região leste), oferece vários tipos de placas como a encontrada na casa de Biro Biro e Irene. Vera Lúcia Severino, 49 anos, dona da loja diz que muitas pessoas procuram por essas placas. Ela afirma que são pessoas de fé e buscam harmonia na própria família. “A personalidade de cada um é que faz as pessoas escolherem suas próprias frases”, diz. A psicóloga e doutora Lúcia Cecília da Silva, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), entende que em casos como esse, o que se procura é externalizar os melhores sentimentos. “A pessoa que age assim elege os sentimentos positivos em detrimento dos negativos, ou seja, a alegria, o prazer, o bem estar e o otimismo.”