


Para comerciante do Portal das Torres, a ave pode ser domesticada e se tornar uma excelente companhia
Priscila Dias
Aluna de Jornalismo
“Trabalhar com os perus é mais divertido”, afirma Barba
Há pouco mais de um ano, Larindo Moraes, 63, foi surpreendido com uma forma de pagamento inusitada: um peru. Sem paciência para cães, gatos e animais de estimação comuns, o comerciante decidiu transformar o pagamento da dívida em um companheiro para todas as horas. Dono de um ferro velho no bairro Portal das Torres, região norte de Maringá, Barba, como é conhecido, adotou a ave como seu animal de estimação. Não demorou muito para que outros dois perus se juntassem ao solitário “Negão”.
O comerciante diz que os perus chegaram na hora certa, em um momento de solidão e angústia que não cessavam. “Eu ficava sozinho e triste o dia inteiro. Quando ganhei o Negão, o Dourado e a Neguinha [nome dos perus], me distraía com os três cantando e correndo”, relata o homem que chama a atenção dos vizinhos e clientes pela escolha de um animal tão diferente. “É estranho! Eu não criaria um [peru]. Prefiro cachorro, gato ou passarinho”, afirma Adriana da Silva Rocha, 31, dona de casa e vizinha de Barba, que ainda não se acostumou com a ideia de ver um peru sendo tratado como animal de estimação.
De acordo com a psicóloga Carla Devides Fabri, um animal de estimação pode minimizar os problemas de uma pessoa, principalmente em momentos de dificuldade relacionados à depressão e ansiedade. “Vale ressaltar também que existem vários benefícios trazidos pelos animais que ajudam no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida.”
Moraes conta que os perus já fazem parte da família. Ele os alimenta com restos de comida e ração, além de dar banho toda semana. “Trato eles como gente”, declara o comerciante. Esse tipo de tratamento é criticado pelo engenheiro agrônomo Alexandre Tirado. “Os perus têm necessidades próprias, e quem escolhe tê-los como animais de estimação deve estar atento a esses cuidados. O banho, por exemplo, é algo negativo para o animal, pois o peru precisa manter a oleosidade das suas penas.” Contudo, o agrônomo lembra que, diferentemente dos perus selvagens, o peru de cruza ou doméstico tem fácil adaptação ao ambiente e à convivência com humanos.
Questionado sobre o porquê de ter adotado os perus como animais de estimação, Barba responde empolgado: “Peru é interessante porque é pássaro grande”. Ele garante que nunca pensou em transformar as aves em prato principal das refeições. “Eu gosto muito dos bichinhos. Não teria coragem.” A psicóloga Carla Devides explica que a opção por um animal diferente não está relacionada à personalidade do dono. Está ligada ao momento que a pessoa está vivendo. Informada sobre o animal em questão, a psicóloga responde aos risos: “Um peru? Fazendo um aprofundamento psicológico eu poderia supor várias coisas. Melhor não”.
Politicamente engajada, fala pelos cotovelos. É eclética e ama uma boa risada.
Jornal Matéria Prima é produzido por alunos do curso de Jornalismo do Centro Universitário Cesumar - UniCesumar - na disciplina Técnica de Reportagem.
Gostaria de saber do Sr. Barba ou de um agronômo ou veterinário mais detalhes sobre hábitos e comportamento do Peru . Pois ganhei recentemente um Peru de 9 meses e ele as vezes tenta atacar minha filha de 11 anos e visitas que eventualmente recebo . Gostaria de entender o por quê e como agir com ele para que ele pare . Será que melhoraria se eu comprasse uma Perua ?
Tenho medo de ficar com dois problemas , por favor me ajudem a resolver esse grande problema .
Muito bom o texto!
Adorei o final! Divertido e interessante e , com certeza, informativo!
Está no caminho certo, Pri!